segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Croix - The begin

 Rupert tocou seguidamente na mesa, e dela saiu algo que, sugiro eu, fosse uma placa toda de vidro, lisa. Ele tocou na placa, que piscava. Imediatamente ela projeta uma tela, com um "menu" de um sistema de computador. Após tocar em mais algumas opções, dessa vez na própia projeção, eis que surge a imagem de um homem na tela. O homem aparentava ter mais de trinta anos, mas não chegava a mais de quarenta. Apesar de seu rosto um tanto jovial, seu cabelo era grisalho, e sua "barbicha" também.
 O homem levou alguns segundos para falar. Fitava-me como a um estilista selecionando modelos para sua grife. Depois rapidamente desviou o olhar para Rupert, e as palavras fluíram gentis de sua boca:
- Olá, meu bom e velho amigo; como se passa ? - disse ele.
- Bem. E o senhor ? - Rupert fora rápido com as palavras.
- Muito bem! Ah, vejo que a senhorita Kassel já chegara. Bom, creio eu que lhe é lícito uma explicação. - ele parou, aguardando minha reação.
- Sim senhor - disse eu apenas.
- Pois muito bem... - ele desviou seu olhar que novamente ficara em mim, depois pigarreou. - Sei que não possuo um dos melhores modos de se recrutar alguém... Sei também que se fosse o caso de pedir-lhe uma escolha, jamais aceitaria deixar sua família. - não pude evitar o toque chocante que essas palavras me puseram. - A propósito, encontramos seu robô vagando pela floresta. Como não aparentava estar bem, levaram-no para Pondelix, onde será devidamente consertado. Enfim, não desviemo-nos do assunto. Gostaria de destacar que aqui não aceitamos qualquer um; você, minha cara, fora escolhida por sua notável... Alta capacidade de inteligência. Você não faz ideia do que poderá criar aqui. - Saul pôs uma estranha ênfase nessa frase, e concluiu: - Seja Bem Vinda.
 Logo depois ele desligou. Rupert desativou a projeção, e voltou-se para mim com um leve sorriso.
- Esperamos que goste daqui. Afinal de contas, é seu novo lar. - ele não demonstrava sinal de que prosseguiria, então resolvi mostrar-lhe meu indignamento.
- Mas, sinceramente, continuo confusa. - murmurei.
 Ele me olhou com uma expressão frustrada, e tocou em mais alguns ícones na mesa. Em seguida, uma pequena área do chão ao seu redor deslocou-se, e começou a subir, ao mesmo tempo em que o teto se abria em uma dimensão equivalente. Em poucos segundos, Rupert desaparecera pelo teto.
 Eu estava emburrada, enquanto Linden mostrava-se, para minha surpresa, bastante animada por minha "visita não - requerida".
 Assim que chegamos à entrada, chamou-me a atenção um grupo de garotos a poucos metros de nós. Aparentavam serem da nossa idade, bastante descolados, e não estarem nem aí pra estudar. Um deles fumava um cigarro. Era alto, louro, e tinha lindos olhos castanhos. Sua pele era bronzeada, e pude notar vários piercings espalhados em seu rosto.
 Linden notou meu interesse.
- Rachel... Não encare; eles não são muito... amigáveis. - sua voz era cautelosa e séria.
 Rapidamente, voltei meu olhar para ela. Percebi que Jennifer também olhava, mas de uma maneira tímida e discreta.
- Quer carona para Pondelix ? - disse Jennifer, dessa vez olhando para mim.
- Pode ser. - dei de ombros.
 Jennifer retira de seu bolso um pedaço de acrílico com alguns pontos pretos. Fiquei encarando, imaginando o que poderia vir a ser aquilo. Jennifer, então, toca em cada um dos pontos pretos, e o acrílico acende, aparecendo nele um menu.
- O que é ? - arrisquei-me a perguntar, gesticulando para o aparelhinho.
 Jennifer bufou.
- É o celular daqui. "Corretamente falando" se chama "c-213". É tipo um MPtudo. Andamos de polin através dele, e todo mundo tem direito a um assim que chega. - disse ela.
 Dessa vez fiquei me perguntando o que viria a ser um "polin". Jennifer leu minha expressão, e novamente explicou:
- Polin é o tipo de veículo daqui. Mas a diferença é que ele... Bem, não anda Apenas em solo.
 Levou-se apenas questão de milésimos para o celular projetar a imagem de um carrinho bem à nossa frente. Mas quando me aproximei, pude ver que ele era real. Bem, era um pouco parecido com modelos terrestres.
 Ele era verde, pequeno e prático. Sua lataria parecia ser feita de plástico, pois era muito macia, e suas rodas também eram verdes, e reluziam.
Jennifer tocou no celular novamente, e o polin piscou, abrindo, ou melhor, quase como "engolindo suas portas" de um jeito bem bizarro. Sentei-me confortavelmente no banco de trás, enquanto Linden e Jennifer seguiam na frente, tomando os controles, como em um avião.
 No lugar do volante e de todas as outras coisas que são essenciais para dirigir um carro, estava apenas uma placa de vidro, lisa, e com controle touch. Era tão simples de dirigir: apenas se programava o carro, e ele ia sozinho. Mas você também poderia ativar o modo "volante", que faz a placa integrar um volante simples para você guiar o polin; dizia-me Jennifer, enquanto relaxava no banco.
Quando olhei pela janela, vi que estávamos realmente voando e, mais à frente, um grande prédio prateado me aguardava mais uma grande surpresa.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Croix - The begin

O céu era azul, as nuvens fofas e brancas, e o ar, puro. Em volta eu tive a sensação de estar dentro de um bosque. Mas o local exato aonde me encontrava era inusitavelmente um buraco aterrado no chão. Demorei alguns instantes para perceber que me encontrava completamente suja de terra, por conta de onde "aterrissara". Rapidamente me levantei e sacudi meu jeans e minha blusa. Depois, saí a explorar o local...
 Então o que vi mais adiante me atemorizou. Parei, e ainda dentre as árvores, fiquei espiando. Havia, no tal bosque, bem a minha frente, um enorme edifício, parecido com um shopping center. E era bizarro de se ver: Dentro dele havia quase como uma ordem, alternando entre um andar iluminado, e outro não. Eram luzes incríveis, que latejavam e mudavam de cor constantemente. Já havia visto coisa parecida, mas nunca algo como aquilo. Me aproximei daquele estranho lugar, sentindo-me uma forasteira no velho oeste.
 Suas paredes eram de um estranho tipo de metal-azulado, e em alguns lugares, transparecia. Bem no alto, centralizado, havia escrito bem grande em placas de prata: "Croix University". Fiquei muito confusa. Como era possível haver uma Universidade no meio de um bosque ? E ainda uma Universidade daquela, absurdamente tecnológica ? Então, resolvi entrar. Na porta, duas garotas, aparentando serem estudantes, saíam. Uma tinha cabelo longo e loiro, e a outra cabelo curto e preto. Ambas tinham a pele e os olhos claros. Parei em frente à elas, que me olharam de cima a baixo com uma expressão descrente.
- Oi ? Por favor... Podem me ajudar ? É que eu não faço ideia de onde estou... Estava no meu quarto e, meio que do nada, vim parar aqui. Que lugar é esse ?
 Elas fizeram caretas uma à outra. Pareciam estar prendendo o riso. As duas me puxaram pelo braço e dirigiram-me a estranha Universidade.
- Não é por mal, mas o que vocês são ? - baseei-me nas ficções que já lera, e arrisquei perguntar.
- Humanas... Como você. - disse a loira, rindo.
 Olhei confusa para elas.
- Mas por que estou aqui ?
- É o que vamos descobrir agora. - disse a de cabelo preto.
 Fomos caminhando uma ao lado da outra, e conforme caminhávamos, reparava no local. Por dentro também parecia um shopping. Tinha escadas rolantes, todas de vidro, com a mesma luz latejante que havia por fora. Era enorme também, e havia uma música, ao fundo, tocando. A única característica que não havia similar ao shopping era o espaço vazio, preenchido por bancos e alunos, no lugar das lojas. Nas paredes, haviam muitos anúncios projetados que se moviam. Falavam de descontos em livros, festas, eventos da universidade.
 Reparei que todos usavam uniformes azul e branco, de algodão; uma roupa comum, entre tanta coisa estranha. Achei interessante também os bancos de acrílico. Vi quando um garoto encostou seu celular no banco, e o que estava no celular passou para ele. Haviam também pessoas jogando com os celulares. Era como se a TV fosse uma projeção que o celular fazia, e os controles, o próprio celular. Me surpreendia cada vez mais à medida que andava. E então, subimos as escadas rolantes.
- Aonde estamos indo ?
- Até o Rupert, o diretor. Ele vai nos esclarecer tudo. - disse a loira. - Ah, e a propósito, meu nome é Linden, e o dela é Jennifer.
 Dou um sorriso acanhado.
- Sou Rachel. Muito prazer.
 Nesse momento, chegamos ao segundo andar. Fiquei parada, olhando. Haviam muitas salas de aula, de vidro fumê, a qual não se via nada lá dentro. Haviam também números projetados na porta de cada sala.
- Vamos, Rachel. - disse Linden.
 Subimos mais um lance; mais salas. Só que nesse andar havia uma lanchonete, no canto, chamada Minner. A atendente me parecia uma andróide, mas não tive certeza. Subimos mais dois lances; quinto andar. E conforme vi, ia até o sexto... levando-se em conta que cada andar era gigantesco.
- Chegamos. - disse Jennifer.
 Haviam três salas no andar inteiro. Todas do mesmo vidro fumê. Elas chegaram na porta da esquerda, e em vez de bater, Linden apenas pôs a palma da mão na porta, que pareceu escanea-la. A porta se abriu. Entramos juntas. Era uma sala consideravelmente ampla, comparada-a vista de fora. Haviam duas grandes estantes recheadas de chips. Chips de diversos tamanhos. Fiquei surpresa com isso. Acreditava que haveriam livros, isso sim. E no meio da sala, junto a vasta janela que lá havia, vi uma grande mesa, toda de vidro, com uma placa metalizada, piscando, sobre ela. Não vi cadeiras em nenhum lugar. De repente surge um homem de uma porta que dava para outra parte da sala. Alto, não muito forte, e de cabelos grisalhos. Aparentava ter mais de 40 anos, e vestia terno e gravata.
- E então meninas, o que posso fazer por vocês ? Ah, sentem-se, por favor. - pediu ele.
 Ele tocou em alguns pontos da mesa, e dela abriu-se, na frente, três compartimentos, que eram coisas compridas e retas, pareciam pequenas tábuas de vidro, e depois, conforme saíam, vi que tinham finas barrinhas as sustentando. Elas se esticaram até pouco mais à nossa frente, e as barrinhas se enroscaram, soltando-se da mesa e formando três cadeiras viradas para frente. Só não tinham pés, e isso me amedrontou na hora de me sentar.
- Pode sentar, Rachel. Não tenha medo, ela não morde. - apesar de sua voz séria, senti um leve toque de deboche nisso. Rapidamente me sentei, fitando-o, séria.
- Como sabe meu nome ? Que lugar é esse ? - encarei-o.
- Calma, calma. Começamos pelas apresentações, ok ? - disse ele calmamente.
 Apenas assenti.
- Meu nome é Rupert. Moro aqui há 20 anos, e vi esse lugar ser construído. Esse lugar, Rachel... Croix. - ele se virou de costas para nós, abrindo os braços. - O centro das dimensões paralelas. E o que faz aqui ? Bem, você provavelmente é mais um dos muitos privilegiados de Saul - Linden cochicha em meu ouvido "Saul é o criador disso aqui". - E o porquê de estar aqui ? - Rupert prossegue - Isso apenas Saul pode lhe dizer. - esclareceu ele, se voltando para a grande mesa.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Croix - The begin

 Meu nome é Rachel Kassel. Tenho 16 anos, e morava na Califórnia com minha família.
16 de Maio de 2056. O dia em que tudo isso começou...
"Você é um idiota!" - disse a ele, e desci para o porão. Então ouvi minha mãe consolando-o, como se ele fosse uma criancinha. Meu irmão era terrível. Já contava como décima vez que ele me irritava só hoje. Era um crianção mimado. Ele era moreno, como a minha mãe, e nada lembrava do meu pai. Mamãe o defendia por ser mais novo. Em seguida, a ouvi dizer: "Como a Rachel é má, não é ? Mas você também devia tentar não provocá-la tanto. Lembre-se que já tem doze anos." Revirei os olhos. De repente, ouço a porta se abrir. Era meu pai, com seu habitual jeans surrado, que contrastava com sua pele e seus olhos claros.
- Filha, tem um minuto ? - disse, sentando-se em uma velha poltrona.
- Pai... Eu não tive culpa, ele ficava mastigando a comida com a boca aberta, e isso é nojento ! - tive de me controlar para não voltar lá e derrubá-lo da cadeira de novo.
- Rachel, sabe que as coisas não se resolvem com violência. - me fitava com uma expressão séria.
- Mas a Segunda Guerra se resolveu assim. - sentei-me.
- Filha, você já tem dezesseis anos. Daqui a pouco, vai começar a trabalhar... Vai, er, ter sua própria casa, e seu... hum... marido. - sabia que ele odiava mais que tudo sequer pensar em "perder sua garotinha". Entendia os motivos, mas não deixava de ser ridículo. - Eu só quero que você seja feliz em tudo que faça e escolha. E que me orgulhe, como sempre fez.
- Pai, isso está parecendo mensagem de cartão de natal.
- É, eu sei... Mas como todo pai, só quero que sejamos sempre os mesmos parceiros que somos hoje, ok ? - ele me estendeu a mão. Eu retribuí com nosso toque.
- Ok, sir.
 Rimos juntos. Depois disso, levantei e fui em direção ao meu andróide, que estava desativado. Ele se chama Z-17, e seu apelido é Zee. Como a tecnologia está avançada, ele tem certos "dotes convenientes", como a força de um trem, a inteligência de um super dotado, e a velocidade da luz. Mas o que importa é que ele é lindo. Seu cabelo é loiro-claro, e seus olhos são azuis. Sorri para ele. Parecia dormir; seu rosto me lembrava um anjo. Eu mesma o construí, e me orgulho disso.
- E pensar que tudo começou com um pequeno chip. - disse em voz baixa, passando a mão em seu rosto.
 Meu pai o ativou. Ele abriu os olhos, devagar, e após alguns minutos olhou em minha direção. Sorri para ele, e ele retribuiu.
- Bom dia, Dona Rachel.
- Hum... Já anoiteceu. Desculpe por tê-lo desativado; é que você precisava de alguns ajustes na sua voz. Estava muito robótica.
 Meu pai riu. Ele havia se sentado novamente, e lia um livro sobre andróides.
- Já sei o que está faltando ! - ele diz, fechando o livro.
- O que, pai ?
- Falsos batimentos ! Vamos implantar um coração artificial em seu peito... Talvez o ajude a obter sentimentos.
- Pode ser, pai.
 Ele subiu as escadas, e saiu. Conversei um pouco com Zee; mas desconfiada com o silêncio repentino na casa, e a demora do papai, acabei ficando impaciente. Subi as escadas do porão e saí. A porta do porão dava para a sala de estar, e mais alguns passos se chegava à cozinha. O estranho era o fato do tal silêncio absoluto, e de não aparentar haver ninguém em casa.
- Pai ? Mãe ? Johnny ?
 Ninguém respondia. Isso bastou para eu confirmar minhas suspeitas. Mas em vez de me preocupar, dei de ombros, e já ia me voltando para o porão, quando ouvi um barulho no andar de cima.
- Oi ? Alguém aí ? - pus o pé no primeiro degrau da escada que dava para o segundo andar.
 Ouvi, então, novamente o barulho perturbador. Parecia um ruído de robô. Mas só havia um robô em casa, então desconfiei. Peguei um canivete que havia em cima de uma mesinha na sala, e subi. O corredor estava calmo; o barulho não mais ouvia. Esperei um pouco, e nada. Então guardei o canivete no bolso, e virei-me, voltando à escada. Então ouvi o barulho pela terceira vez, mais nitidamente ainda. Fui andando pelo corredor até descobrir de onde vinha, e me assombrei ao ver que era do meu quarto.
 Então me dirigi até lá, e ao abrir a porta, percebi uma luz branca muito forte que vinha do meu closet. Quando estava prestes a abri-lo, ouvi mais um barulho, dessa vez vindo das escadas. Parecia ser alguém subindo.
- Mãe ? Pai ? - disse, preparando meu canivete ao ver a maçaneta girar.
- Rachel, sou eu.
 Reconheci a voz de meu andróide. Eu esqueci que o deixara sozinho no porão.
- Entre, Zee.
 Ele abriu a porta com delicadeza.
- Você não voltou. Fiquei preocupado.
 Não o respondi, e me voltei, então, para a estranha luz de meu closet, e o abri sem medo. De repente tudo ficou branco, e me sentia como se flutuando no ar, muito leve, muito calma. Então fechei os olhos com força, e quando os abri, já estava em um ambiente completamente diferente.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Descubra Croix.

 Croix é um Centro de Dimensões Paralelas. É uma história, baseada em um sonho que eu tive, e quero que comentem se acharem bacana.
 Começamos pela vida de Rachel, uma garota com alta capacidade de inteligência. Sua vida muda após ser escolhida como um dos "privilegiados" de Saul, o respeitado criador dessa - e de outras duas - dimensões. Após ser transportada através de seu closet para lá juntamente com seu andróide, Rachel começa uma aventura. Sem saber onde se encontra, e desorientada, obtém ajuda de duas garotas, Linden e Jennifer, e a partir delas, passa a conhecer esse mundo, no mínimo, diferente.
Mais tarde ela encontra seu irmão mais velho que não via há muito tempo e que todos acreditavam estar morto. Então passa a aprender alguns dos muitos mistérios de Croix.
Gente, é só um resuminho pra vocês entenderem a história.
Depois passarei a postar de pouquinho em pouquinho para vocês. Ah, é uma história enoorme ;)